Tenho sempre uma cambada de avisos de pessoas mais racionais que eu: tem cuidado Balolas, não te magoes outra vez.
Os constantes avisos soam sempre a uma música que a minha mãe me cantava quando era criança, sobre uma miúda que andava a brincar no jardim e a quem a mãe avisou que se ia magoar. A miúda acabou de joelhos esfolados e lágrimas nos olhos, claro, porque preferiu brincar.
Eu gosto de levar a vida a brincar, gosto de beijar os rostos que a vida me põe no caminho cheios de amor. Gosto de evitar pensar no amanhã porque o bom é o agora, é agora que a pulsação está a contar.
Ninguém me pediu autorização para me mandar vir ao mundo, quando dei conta já estava cá, com um coração cheio de amor para dar e uma bússola bastante desnorteada. Entro em rota de colisão com pessoas absolutamente inacreditáveis, como é suposto desviar-me? Não é.Nem quero. Nem posso.
O Joe é do outro lado do mundo, colidimos sem contar e agora está na hora de o deixar voar. Somos uma geração de passarinhos, embora doa, sou uma felizarda por ter a oportunidade de amar assim.
Foi inevitável portanto, mais uma vez, ficar-me de joelhos esfolados.